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domingo, 15 de maio de 2011

Estudo Bíblico 2 - Estátua de Daniel

Deus prometeu revelar o que faria aos profetas antes que as coisas acontecessem (Amós 3:7). Assim podemos ter certeza que Ele está no comando, e que portanto podemos confiar em Sua Palavra.

Contextualização Histórica de Daniel 2 (Daniel 2:1)

Aproximadamente no ano de 606 AC, o Império Babilônico dominava o mundo de então. Nabucodonosor, o rei deste império, havia subjugado o povo Israel e muitos foram levados para o cativeiro. Dentre os cativos estava o jovem Daniel, da Tribo de Judá. Babilônia era uma cidade de beleza e luxo. Seus palácios e Jardins Suspensos se tornaram uma das sete maravilhas do mundo antigo. Era cercada por imensos muros e gigantescas portas, além de um profundo fosso rodeando os muros. Babilônia era considerada uma cidade inexpugnável. O Rio Eufrates cortava a cidade em diagonal, sob os muros, fertilizando os maravilhosos jardins. O território que Nabucodonosor governava tinha tido uma longa e variada história e tinha estado sob o governo de diferentes povos e reinos. De acordo com o Gênesis, a cidade de Babilônia foi parte do reino fundado por Nimrod, um poderoso caçador, bisneto de Noé (Gênesis 10:9 e 10). Nabopolasar (626-605 AC) foi o fundador do que se chama o Império Caldeu ou Neo-Babilônico, o qual teve sua idade de ouro nos dias do rei Nabucodonosor e durou até que Babilônia caiu em mãos dos medos-persas no ano 539 AC.

Nabucodonosor se orgulhava de "sua Babilônia", que ele dizia ter criado por suas próprias mãos, com a força de seu poder, para glória de sua magnificência (Daniel 4:29 e 30). Mas ele se preocupava em como seria quando ele não fosse mais o governante. Ele subiu ao trono por volta dos seus vinte e poucos anos, portanto muito jovem ainda, e a Bíblia conta que este era o segundo ano do seu reinado. Quantas preocupações não deviam tirar o sono deste inexperiente rei? Seu pai, que acabara de morrer, havia recentemente dominado os assírios. Muitos reinos agora eram subjugados por seus próprios exércitos. Quem garantiria que outro reino mais forte não viria e também lhe roubaria tudo o que havia conquistado? Seus pensamentos não conseguiam se desvencilhar da incerteza do futuro.

Então uma aparente injustiça acontece. Nabucodonosor, aquele rei orgulhoso, que derramou sangue por toda a cidade santa de Deus, é contemplado por Deus com um sonho que lhe responde as inquietações. Por que Deus fez isso com um rei ímpio? Deus havia escolhido uma nação para representá-lo (Daniel 1), Israel, mas ela falhou. Agora Jerusalém estava completamente destruída, o povo cativo, e a imagem dAquele que havia aberto o Mar Vermelho e tinha feito tantas outras maravilhas, estava completamente esquecida e desbaratada. Por que meios, então, Deus haveria de alcançar o coração do rei? Por meio de sonhos! Hoje Deus ainda usa sonhos, mas Ele não faz isso de maneira irresponsável e descontrolada. Temos muitos meios de conhecer Sua vontade ao nosso alcance: Bíblia, Igreja, sermões, amigos sábios, o trabalho do Espírito Santo, etc. Por que Deus usaria sonhos? Ele só o faz quando existem pessoas que não seriam alcançadas de outra forma. A vontade de Deus para nossa vida é que conheçamos a Sua Palavra (João 5:39). Mas, Deus pode se utilizar de diversas outras maneiras, diante da necessidade de atingir um filho Seu. O sonho de Nabucodonosor foi apenas o primeiro passo de Deus no sentido de salvá-lo. Até o capítulo 5 de Daniel vemos a grandiosa misericórdia de Deus sendo dirigida a esse homem.


Daniel 2 – O sonho

Nabucodonosor teve um sonho, o qual disse que esqueceu (Daniel 2:1-5). O sonho era tão importante para ele e seu império, que a única prova da exatidão das interpretações era consultar os sábios para verificar se estes poderiam contar primeiro os sonhos do rei. Diante da recusa de Nabucodonosor em contar o sonho e pior, da ameaça feita a eles se não conseguissem lhe contar como era o sonho, responderam que não poderiam fazê-lo também, pois não tinham contato direto com Deus (Daniel 2:11). Quantos não continuam confiando nas predições dessas pessoas? A confissão feita por aqueles homens charlatões do passado continua verdadeira hoje: Deus não participa de seus oráculos. A Bíblia é repleta de condenações às práticas de magia, mediunidade e adivinhação (Deuteronômio 18:10-12, Isaías 8:19-20, Isaías 47:12-14, Amós 3:7).

O Rei ficou extremamente enraivecido diante da incapacidade de seus sábios e mandou que todos fossem mortos (Daniel 2:12). Daniel, apesar de não estar presente na primeira cena, era um desses sábios e foi buscado em casa para sofrer a execução. No entanto, quando ficou sabendo do ocorrido, Daniel se apresentou ao rei e lhe disse que revelaria a interpretação do sonho (Daniel 2:15 e 16). Como podia ter tanta certeza que teria a interpretação? Não estaria apenas ganhando tempo?

No primeiro capítulo de Daniel vemos como este jovem profeta decidiu não se contaminar com as impurezas de Babilônia, como ele resolveu colocar seu relacionamento com Deus em primeiro lugar! Daniel tinha plena convicção que Deus o responderia, pois Deus andava com ele, as promessas divinas estavam sempre vivas em sua memória. Um bom caráter é revelado em momentos de crise, nunca desenvolvido. Nós podemos ser como o Daniel do capítulo 2, se antes aprendermos a ser igual ao Daniel do capítulo 1. Assim, quando apertarem as dificuldades: Isaías 30:21.

Apesar da convicção de que Deus estava com ele, Daniel não agiu com arrogância, mas dobrou seus joelhos em humildade com seus amigos (Daniel 2:17 e 18). Ele podia ter orado sozinho, mas sabia que: Mateus 18:20. Deus respondeu o pedido dos quatro jovens hebreus e então Daniel explodiu em júbilo e reconhecimento (Daniel 2:19-23). Quantas vezes somos rápidos em reclamar e tardios em agradecer (I Crônicas 16:34).

Daniel levantou-se e foi apresentar-se rapidamente ao rei. É bonito perceber a integridade desse jovem profeta de Deus. Diante da promessa de dádivas, prêmios e grande honra, que homem não desejaria poder interpretar o sonho de Nabucodonosor? Entretanto aqui temos um homem com a interpretação nos lábios e nenhum desejo de se engrandecer (Daniel 2:27 e 28). Quantas vezes não usamos os dons que Deus nos deu pra fazermos exatamente o contrário! Como somos facilmente corrompidos pela fama e glória deste mundo! Como Daniel, nossos talentos devem sempre ser usados para o serviço. Ao permitir ser usado por Deus, o jovem judeu cativo nos deixou uma profecia que transcende a incredulidade das pessoas e mostra um Deus no controle da História!

Leia o sonho (Daniel 2:31-35). A interpretação desse sonho é uma das mais claras da Bíblia. Daniel explica que a estátua representa uma sucessão de impérios mundiais (Daniel 2:37-45).






Cabeça de ouro – O primeiro reino é explicitamente esclarecido: Nabucodonosor e sua cidade majestosa, Babilônia, eram a cabeça de ouro. Heródoto, o historiador grego, relata que em apenas um templo babilônico encontrou mais de 32.000 kg de ouro. Babilônia era realmente um reino magnífico, seus jardins suspensos, projetados por Nabucodonosor, foram incluídos entre as sete maravilhas do mundo antigo! Ele se sobressaía entre os reis da antiguidade. O Império durou de 609 AC a 539 AC.

Peito e braços de prata – Este segundo reino da profecia de Daniel é chamado às vezes Império Medo-Persa; incluía o mais antigo Império Medo e as aquisições mais recentes do conquistador persa Ciro II. O Império Medo caiu ante Ciro o persa antes da queda da Babilônia. Dario reinou em Babilônia por permissão do verdadeiro conquistador, Ciro, que derrotou Belsasar da Babilônia. O livro de Daniel se refere várias vezes à nação que conquistou a Babilônia, à qual Dario representava, como "os medos e os persas". Segundo Heródoto, Ciro havia dito que era parte Persa e parte Medo. A Pérsia possuía um sistema de tributação em que os impostos eram pagos em prata, dessa forma, grandes tesouros em moedas desse metal foram organizados. Sucedeu o Império Babilônico em 539 AC, sob o comando do general Ciro; não teve tanta ostentação quanto o império Babilônico. Como a prata é inferior ao ouro, o Império Medo-Persa foi inferior ao Babilônico. Ao contrastar os dois reinos, notamos que apesar do segundo ter durado mais tempo, certamente foi inferior em luxo e magnificência. Os conquistadores medos e persas adotaram a cultura da complexa civilização babilônica, porque a sua estava muito menos desenvolvida. Terminou em 331 AC, após ser derrotado em várias batalhas pelos gregos.

Ventre e coxas de bronze – O sucessor do Império Medo-Persa foi o Império de Alexandre, o Grande e seus sucessores. A Grécia estava dividida em pequenas cidades-estados que tinham um idioma comum mas pouca ação unificada. Ao pensar na Grécia antiga, pensamos principalmente na idade de ouro da civilização grega sob a liderança de Atenas, no século V AC. Este florescimento da cultura grega seguiu o período da exitosa defesa da Grécia contra a Pérsia, ao redor do tempo da rainha Ester. Alexandre, depois de ter herdado de seu pai o recém engrandecido reino grecomacedônico se pôs em marcha para estender a dominação macedônica e a cultura grega para o oriente e venceu o Império Persa. O último rei do Império Persa foi Dario III, que foi derrotado por Alexandre nas batalhas de Granico (334 AC), Issos (333 AC), e Gaugamela (331 AC). Os soldados gregos usavam o bronze em suas armaduras. Eram conhecidos como os “gregos forrados de bronze”. As moedas de Alexandre, o Grande, eram cunhadas em bronze. Coincidência ou exatidão profética? O verso 39 ainda diz que o terceiro reino teria domínio sobre toda a terra. A história registra que o domínio de Alexandre se estendeu sobre Macedônia, Grécia e o Império Persa. Incluiu a Egito e se expandiu pelo oriente até o Ganges, na Índia. Foi o império mais extenso do mundo antigo até esse tempo. Durou de 331 AC a 168 AC.

Pernas de ferro – Roma foi o mais violento e cruel império. Este quarto império foi o que mais durou e o mais extenso dos quatro, pois no século II DC estendia-se desde a Inglaterra até o Eufrates. Como o ferro é o metal usado para armamentos, este reino foi marcado por sua máquina militar indestrutível. Durou de 168 AC a 476 DC.

Pés de ferro e barro – No ano 476 DC Roma foi derrotada após sucessivas invasões de povos germânicos. Sua grande extensão territorial foi dividida entre 10 nações bárbaras: os francos, ostrogodos, visigodos, alemanos, suevos, burgundos, lombardos, hérulos, vândalos e anglo-saxões. Essas nações deram origem a todos os países europeus. Conforme a profecia, essas nações tentariam misturar-se mediante casamento, o que realmente aconteceu várias vezes. O filho mais velho da rainha Vitória tornou-se Eduardo VII, da Inglaterra, e sua filha mais velha casou-se com o imperador Frederico, da Alemanha, vindo a ser mãe do imperador Guilherme. A irmã de Guilherme casou-se com Constantino X, da Grécia. Portanto, a rainha da Grécia e o imperador da Alemanha eram irmãos, e ambos eram primos do rei da Inglaterra. Resumindo bastante: a rainha vitória era chamada a vovó da Europa. Outras pessoas tentaram unir a Europa por outros meios: Carlos Magno, Carlos V, Luís XIV, Napoleão, Kaiser Guilherme, Hitler, mas sem sucesso. Alguém maior que todos eles já havia dito que jamais haveria outro reino universal. É interessante atentar pra mais uma característica desta última parte da estátua: apesar de agora haver o barro nos pés, de alguma forma há continuidade em relação ao império anterior. O ferro dos pés não é diferente do ferro das pernas, é o mesmo metal, apenas sua apresentação está diferente. Pensemos numa instituição que represente a continuidade do Império Romano hoje. Uma instituição que está em Roma e que durante toda a Idade Média assumiu e controlou o poder político de toda a Europa, se valendo inclusive do militarismo, perseguição e tortura.

A pedra – Graças a Deus que o sonho não termina com um império ou algum poder humano dominando o cenário mundial. Este último reino tem origem sobre-humana. O último Reino não será fundado pelas hábeis mãos dos homens, mas pela poderosa mão de Deus, e será universal. A pedra, cortada sem auxílio de mãos humanas, é uma imagem clara de Jesus, “a pedra que os edificadores rejeitaram”, “a pedra angular” (Salmo 118:22, Efésios 2:20). Jesus Cristo é a nossa esperança de um mundo melhor. Sua vinda acabará com todo o sofrimento desse mundo, seu histórico de guerras, derramamentos de sangue e desespero, e restaurará a perfeição original.

Acima de tudo Deus quer nos mostrar com todos estes símbolos que Ele está no controle de tudo. Não temos por que perder a confiança nele! O conselho bíblico pra nós hoje é Salmos 46:10.

Por: Caio Silva e Juliana Prado

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