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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estudo Bíblico 8 - Santuário 1: Os Santuários de Deus na Terra

A palavra “santuário” no hebraico é miqdash, uma palavra derivada de qadash, que significa santo, separado. Em Gênesis 2:3 Deus diz que o sábado seria qadash. Esta é a única vez que qadash aparece em Gênesis. Na Bíblia, santo é aquilo que é separado para Deus. Portanto, o que faz de um local um santuário é a presença de Deus, como foi com Moisés na sarça ardente. O arbusto em si não era santo, porém devido à presença de Deus, Moisés teve que tirar as sandálias.

O primeiro santuário que Deus estabeleceu na terra foi o Tabernáculo (Êxodo 25:1-9). Este era um templo móvel, e foi o santuário de Deus desde o Êxodo até a construção do Templo de Salomão. As ofertas para a construção do Tabernáculo vieram do despojo dos egípcios (Êxodo 3:21-22 – promessa, 12:35-36 – cumprimento). Ele era uma tenda com paredes de madeira, com forro de quatro camadas de materiais: a interior de linho fino dobrado, a próxima de peles de carneiro tingidas de vermelho, e a exterior de peles de texugo ou animais marinhos (golfinho ou vaca marinha) (Êxodo 26:14). O pátio media cerca de 30 m × 60 m, enquanto a tenda media cerca de 6 m × 18 m.

A mobília do santuário estava repleta de simbolismo. No pátio externo ficavam o altar de sacrifícios e a pia. O altar media cerca de 1,5 m de altura, tendo a base quadrada, de 2,5 m de lado. Era oco por dentro, de madeira de acácia revestida de bronze. Era onde acontecia o primeiro contato do pecador com o plano da salvação. Ele tinha que matar um animal, que significava o sacrifício vindouro de Cristo para remissão dos seus pecados. Em seguida havia a pia, que era feita de bronze polido dos espelhos das mulheres. Ela representava a purificação, que após a vinda de Jesus é representada pelo batismo. Enquanto no altar deve ser derramado sangue para pagar o pecado (lei), na pia a água purifica este pecado (graça).


A tenda estava dividida em dois compartimentos por um véu: santo e santíssimo. No santo, que era maior, havia uma mesa com 12 pães à direita, um candelabro com sete lâmpadas à esquerda e um altar de incenso ao fundo no meio. A mesa tinha aproximadamente 75 cm de altura, 50 cm de largura e 1 m de comprimento. Era feita de madeira de acácia revestida de ouro. Os 12 pães sobre ela representavam as 12 tribos, o alimento espiritual, Jesus o Pão da Vida. O candelabro era feito de ouro puro, e representava Jesus a Luz do Mundo, o Espírito Santo. O altar de incenso era feito de madeira de acácia revestida de ouro. Sobre ele o sacerdote colocava as brasas tiradas do altar de sacrifício, e então a fumaça subia e enchia tanto o santo quanto o santíssimo, portanto o altar de incenso servia aos dois compartimentos. O incenso queimava continuamente sobre o altar, o que representa a intercessão de Jesus em nosso favor.




No compartimento santíssimo havia apenas uma peça de mobília: a arca da aliança. Era uma caixa de madeira de acácia revestida de ouro, com pouco mais de 1 m de comprimento e 60 cm de largura. Dentro dela estavam as tábuas dos 10 mandamentos, um recipiente contendo maná e a vara florida de Arão. A arca representava o trono de Deus. Sobre ela estava o propiciatório, como uma tampa. Ele era feito de ouro puro, e sobre ele havia dois querubins, também de ouro puro, um de frente para o outro, ajoelhados e com o rosto para baixo. Uma de suas asas estava abaixada, e a outra levantada e tocando a do querubim a sua frente. Sobre o propiciatório ficava o Pentateuco escrito por Moisés, e era ali que se manifestava a presença de Deus, o shekinah. Era ali que Deus se comunicava com Seu povo.

O segundo santuário de Deus na Terra foi o Templo de Salomão. Ele foi construído aproximadamente 480 anos após a saída do povo de Israel do Egito (I Reis 6:1-2). Era um santuário fixo, maior (9 m × 27 m) e mais glamouroso que o Tabernáculo. Foi construído pré-montado (I Reis 6:7), para que não houvesse barulho de obra no local da construção. O altar de sacrifício era cerca de quatro vezes maior. A pia tinha capacidade para 70 mil litros, era feita de bronze de um palmo de espessura, e ficava fixada sobre 12 bois. Ao redor das paredes do templo foram construídos aposentos que serviam aos sacerdotes e levitas que ali oficiavam, e para depósito de outras ofertas. O interior do prédio foi totalmente coberto por cedro e revestido com ouro. No lugar santo foram colocadas dez mesas e dez candelabros, cinco de cada mobília de cada lado. Foram feitos dois querubins de madeira de oliveira revestidos de ouro, e entre eles foi colocada a arca da aliança. Suas asas tocavam as paredes e no meio tocavam uma na outra. O Templo de Salomão era muito bonito, e o povo se orgulhava muito de seu santuário, porém se esqueceu que sem a presença de Deus não há santuário. Portanto, devido a sua idolatria e desprezo dos profetas, Deus permitiu que este templo fosse destruído, e que o povo fosse morto dentro dele (II Crônicas 36:16-21). O rei Nabucodonosor, da Babilônia, invadiu Jerusalém, destruiu o templo e levou seus utensílios.

Depois de 70 anos de cativeiro, conforme a profecia, um grupo voltou a Jerusalém, e iniciou a reconstrução do templo. Este ficou conhecido como o Templo de Zorobabel, um líder político da época. Os objetos que haviam sido levados do Templo de Salomão foram devolvidos por Ciro (Esdras 1:7-11). Os jovens se alegraram com a reconstrução do templo, enquanto os velhos choraram porque o Templo de Zorobabel era inferior ao de Salomão (Esdras 3:11-13). Neste templo não havia a arca da aliança, ela foi substituída por uma pedra. Existem quatro teorioas para explicar o desaparecimento da arca:
1) ela foi escondida por homens santos logo antes da invasão da Babilônia;
2) Jeremias a escondeu;
3) Nabucodonosor a destruiu;
4) está no Céu.
A teoria mais aprovada é que ela está escondida desde a época da invasão da Babilônia.

O quarto e último santuário de Deus na Terra é o Templo de Herodes, que foi uma reforma do Templo de Zorobabel. A reforma foi iniciada em 20 a.C., e João diz que em sua época (época de Jesus) ela já durava 46 anos (João 2:20). A Bíblia relata que Jesus esteve no templo aos 8 dias, quando foi apresentado, aos 12 anos, quando conversou com os doutores da lei, e depois de adulto, quando foi a Jerusalém. A reforma foi muito demorada porque o povo não podia ajudar. Foi determinado pelos líderes da época que apenas os sacerdotes podiam trabalhar no templo, bem diferente da construção do Tabernáculo, onde Deus capacitou artesãos dentre o povo que fizeram o trabalho perfeito e rápido. No templo de Herodes havia espaço para as mulheres e os gentios. Ele também era muito bonito, de mármore branco coberto com lâminas de ouro, sendo considerado uma das maravilhas do mundo antigo. O seu tamanho era o mesmo do templo de Salomão. Além dos aposentos laterais, sobre o santo e o santíssimo também havia aposentos onde os sacerdotes se reuniam. O templo sempre foi motivo de grande orgulho para os judeus, e o Templo de Herodes, que ficou pronto no ano 66 d.C., foi destruído no ano 70 d.C. Depois disso, ele nunca mais foi reconstruído. O que restou até hoje é o Muro das Lamentações em Jerusalém.

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